terça-feira, 28 de outubro de 2008

Qual o interesse da linha ferroviária do Porto de Aveiro?






A construção da linha-férrea que liga Cacia ao Porto de Aveiro está inserida num programa de investimento em infra-estruturas prioritária definido pelo governo para o sector ferroviário, “fundamental à expansão da actividade portuária e dos transportes de mercadorias numa perspectiva multimodal, com reflexos ao nível do desenvolvimento sócio-económico local, regional e nacional”, segundo afirma fonte da Refer.
A obra está orçada em 84 milhões de euros e tem como data prevista de conclusão Dezembro de 2009.



Método de construção



Para construção desta linha existem três fases distintas:
A primeira fase integra a construção de um Terminal Multimodal em Cacia e de um ramal de ligação da Linha do Norte ao Porto de Aveiro em linha única terminando na Ponte da Gafanha, e está a cargo da empresa SOMAGUE Engenharia S.A, pelo valor aproximado de 30 milhões de euros.
No que diz respeito a segunda fase de construção a Refer confirma que esta consiste numa “plataforma ferroviária desde a Ponte da Gafanha e do Porto de Aveiro através de uma via de cintura portuária com 3,7 km para repor as acessibilidades afectadas pela construção do ramal” e a obra foi adjudicada à empresa Obrecol – Obras e Construções, SA, pelo valor de 10 milhões de euros.
Por fim temos a terceira fase que já teve inicio e que vai possuir 9km de linha-férrea entre a saída do Terminal de Cacia e a entrada no Porto de Aveiro e um feixe de 5 linhas dentro de Porto de Aveiro com cerca de 6 km.
Segundo a Refer “a execução das 1ª e 2ª fases tem decorrido dentro da normalidade para intervenções com estas características, tendo, em cumprimento das determinações da Declaração de Impacte Ambiental, ocorrido uma suspensão de trabalhos, junto do viaduto das Pirâmides e do novo acesso rodoviário aos pequenos estaleiros, com vista à salvaguarda das posturas para a preservação da avifauna, nomeadamente a andorinha-do-mar anã e o pernilongo.”

Desenvolvimento económico da região



Para o Porto de Aveiro trata-se de uma grande vantagem este tipo de ligação porque “este investimento traduzir-se-á num incremento de 20 a 30 por cento do total do movimento actual do porto de Aveiro” segundo afirmou José Luís Cacho presidente da Administração do Porto de Aveiro (APA).
Esta linha já anda a ser “desejada há 20 anos” e trata-se de uma “vitória do porto de Aveiro, de Aveiro e do Governo”, defendeu José Luís Cacho.
Mário Lino, Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações afirma que “a ligação ferroviária é condição básica para aumentar a atractividade do porto, permitindo o alargamento do hinterland portuário a Espanha, à região de Castela e Leão.”
As obras encontram-se já em estado avançado e “a plataforma multimodal de Cacia já se encontra em fase de conclusão e os trabalhos de implantação da ligação ferroviária prosseguem a bom ritmo, de acordo com o calendário previsto” citou Mário Lino em comunicado oficial.
É ainda importante realçar que “em 2009 o Porto de Aveiro ficará ligado à rede ferroviária nacional através das Linhas do Norte e da Beira Alta e, futuramente, à linha mista de velocidade elevada Aveiro-Salamanca, prevista no âmbito da Rede Ferroviária de Alta Velocidade”concluiu o Ministro.
O prazo para conclusão das obras está agendado para Dezembro de 2009.

Vantagens para as empresas



Uma das empresas que irá beneficiar com linha-férrea será a Renault de Cacia que possui cerca de 1000 trabalhadores contratados e “além dos seus trabalhadores a empresa recorre também a trabalhos especializados em várias áreas, como por exemplo manutenção industrial, serviços de segurança, serviços de restauração, serviços de logística e muitas vezes a trabalho temporário em função de picos de actividade” como afirmou o Doutor Rui Guerreiro director financeiro da mesma empresa.
A Renault CACIA, fabrica “caixas de velocidades para automóveis e vários componentes para motores, sendo o mais significativo as de Bombas de Óleo” segundo o Doutor Rui Guerreiro.
As vantagens que a empresa retirará desta nova linha consiste “que num futuro próximo existam linhas marítimas comerciais com a frequência adequada ao regime de fabrico e produção “just in time” requeridas pela indústria automóvel de forma a encontrar soluções competitivas nas vertentes custo e prazo que se adeqúem às necessidades” afirmou o director financeiro da Renault.


Em termos económicos para a região de Aveiro trata-se de uma vantagem muito grande a presença desta nova linha da Refer pois as vantagens servem a todas as empresas da região. A única desvantagem é a localização da mesma em zona de protecção especial.

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