quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Existe ou não existe uma “Cultura das Celebridades”?


Darryn Lyons, paparazzo de profissão, afirma que “nos anos 90 se desenvolveu um culto crescente, uma obsessão pela fama e pelos famosos. A «cultura das celebridades» tinha tomado conta dos jovens. Acho que estes últimos 20 anos vão ser recordados como a era da celebridade, tal como os anos 60 foram a era do «rock and roll».
Cada vez mais, as revistas cor-de-rosa nos mostram mais a vida dos famosos e muitas vezes estas mesmas revistas são a única coisa que a população portuguesa lê, principalmente o publico feminino. Nesta reportagem vamos tentar perceber o porquê desta “cultura das celebridades”.


Mas o qual o significado da “cultura das celebridades”?

Para Gloria Jolluskin, licenciada em Psicologia e docente na Universidade Fernando Pessoa, “não existe uma cultura das celebridades, a não ser que se considere o interesse que os portugueses têm de querer saber da via alheia”. Na sua opinião, as celebridades nacionais são pessoas que aparecem nas revistas e que vivem para “aparecer e dar nas vistas” e nem entende o interesse que isso pode trazer para alguém “a não ser alimentar o ego de cada pessoa”.
Jessica Evans, actriz de profissão, ela própria uma celebridade, completa em tudo a afirmação de Gloria, dizendo que “os indivíduos não se tornam celebridades como resultado de algo inato ou de qualidades magnéticas, mas a celebridade é um recurso criado e desenvolvido num conjunto de media relacionados (imprensa, cinema e programas de televisão), aos quais as audiências respondem de modo diversificado.”
A realidade é que as verdadeiras celebridades são poucas mas conhecidas por muitos.


A visão de um profissional

Uma grande dúvida podia “martelar” nas nossas cabeças sobre se existiriam ou não paparazzi em Portugal. Esta dúvida pode ser agora desfeita! A realidade é que tal como nos outros países, e como nos afirma Luís Silva, fotógrafo do grupo Impala, “os paparazzi funcionam como nos outros países, mas aqui não somos apelidados de tal.”
Na sua opinião, não existe uma celebridade fixa que mais venda no nosso país, pura e simplesmente “são sobretudo aquelas que estiverem mais «na berra» no momento”.
Mas como chega a informação até as redacções sobre os próximos passos das celebridades? Pois bem, muitas vezes são pessoas mais próximas das celebridades, entre amigos e família, que ligam para os jornalistas e os informam da presença deste ou daquele em determinado lugar e por isso Luís Silva afirma que tem “sorte em conseguir a fotografia” que lhe pediram.

Qual o interesse destas revistas?

Segundo Joana Sousa, estudante de Serviço Social, a revista que compra regularmente é a “Nova Gente porque fala da vida dos famosos de todo o mundo, como por exemplo reis de vários países, possui jogos que gosto e também tem coisas interessantes como informações acerca de certas doenças, pesquisas, entre outras coisas.”
Na realidade, e segundo Fernanda Vasconcelos, proprietária de um quiosque, a revista que mais vende é a Nova Gente e na sua opinião “as clientes compram sempre a mesma revista e não vão pela capa”. Questionada sobre qual a celebridade que mais vende, afirma que “são principalmente actores de novelas que vendem uma capa, pois o público quer saber a final da sua telenovela preferida”.
Mas se há casos de pessoas que comprem regularmente revistas, existem outras que nem por isso, como por exemplo Andreia Carvalho, estudante de Medicina Dentária, que afirma que não compra revistas regularmente e que quando o faz é para “ver as últimas tendências da moda”. Esta estudante diz ainda que “não gostaria de ser famosa como eles porque têm sempre a vida exposta nas revistas e nas televisões”. Pelo contrário Joana Sousa afirma que não se importaria “pois parecem ter uma boa vida”.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Ser Português…




Vivemos na Europa e para a Europa. De tal maneira, que Portugal perdeu a sua identidade. Não temos dinheiro, não temos democracia e por fim, os direitos do cidadão acabam por deixar de existir.
O tempo da Ditadura deixou as suas marcas, para trás ficaram as Revoluções, agora?, sentamo-nos na cadeira, por baixo da bananeira do Parlamento vendo tudo o que se passa, não concordando e, resmungando em silêncio.
Marchas são feitas, incrementadas na maior parte das vezes por ideias comunistas, o que é certo é que perdemos assim a nossa identidade, a nossa nacionalidade.
- "Quem és José?", "Não sei professora, vivo em Portugal mas já não sei bem o que é ser Português…"
-"Os teus pais José o que fazem?", "A minha mãe vai limpando casas às senhoras e o meu pai passa os dias numa taberna onde se pode fumar e beber, está desempregado Sra. Professora."
O Desemprego é o nosso maior problema… Os baixos ordenados mínimos… A ginástica que a maioria tem de fazer para o dinheiro chegar o mês inteiro, a contracção de créditos, porque não há comida em casa. “Quem me dera ser Espanhol!”, ouve-se dizer, a verdade é que, nem os Espanhóis nos querem, um país falido e um povo perdido! Quando joga a Selecção Nacional o país move-se para a apoiar, vibrar, não há pobres nem ricos aí, engraçado para o futebol há sempre dinheiro…
Não é só no futebol que tem de haver união, é na Política, na Economia, é nos gritos que devem ecoar “Sou Português e sei quem sou!”. Faça-se a Revolução!

Entre Paixões

Este guião é baseado no livro "Longe de Manaus" de Francisco José Viegas.

Cena 1 (Brasil)

Num dia de verão, ao meio da tarde, Daniela liga para Helena, que atende no banco.
Daniela lembra-se de momentos passados com Helena, da sua forma de ser, dos tempos da faculdade, da mini-saia no início do Verão e do gosto pelas viagens.
Daniela recorda uma viagem em particular, a ultima que fizeram juntas, a viagem pela Europa.
Às 13h Daniela e Helena saem do aeroporto de Lisboa, rumo ao hotel, com os olhos brilhantes na expectativa da grande aventura das suas vidas.

Cena 2 (Lisboa)

Helena e Daniela saem do hotel e dirigem-se para o Parque das Nações, ficando deslumbradas com o oceanário.
Enquanto passeiam vão conversando. Jantam.
Depois do jantar, Daniela que está exausta, dirige-se para o quarto para descansar, mas Helena prefere ir beber um copo para aproveitar bem o resto da noite.

Cena 3 (Bar do hotel)

No bar do hotel, Helena olha à sua volta, absorvendo todos os pormenores, estagnando o olhar num português bem parecido que estava sentado numa mesa em frente à sua.
Os olhares foram-se cruzando durante a noite, até que o português resolve chamar o barman para que este leve um cocktail a Helena.
Helena surpreendida pela oferta, dirige-se à mesa do português para agradecer a bebida acabando de a tomar na sua companhia.
Depois dirige-se para o quarto.

Cena 4 (Passeio por Lisboa)

Depois do pequeno-almoço, Helena e Daniela dirigem-se para a baixa lisboeta, onde passam o dia inteiro, entre as lojas, os museus e a fantástica vista sobre o Tejo.
Durante uma conversa, Helena conta a Daniela o que ocorreu na noite anterior, no bar do hotel. Diz-lhe que a ocorrência mexeu com ela, provocando assim um certo ciúme em Daniela que, transtornada, discute com Helena, pondo em causa os seus sentimentos.
De regresso ao hotel, Daniela vai para o quarto aborrecida, deixando Helena a jantar sozinha.

Cena 5 (jantar no restaurante do hotel)

Após um dia cansativo de trabalho, o português chega ao hotel e dirige-se para o restaurante onde encontra Helena a jantar sozinha. Aproxima-se e pergunta se se pode juntar a ela, fazendo-lhe assim companhia.
A conversa torna-se animada durante o jantar e as horas foram passando até que o empregado do restaurante teve que lhes pedir que se retirassem.
Dirigem-se então para o bar do hotel para continuar a sua conversa e, bebida atrás de bebida, apresentam-se. Ela apresenta-se como Helena Viegas ele como Henrique Praia Portocarrero. Algumas horas passadas, dirigem-se para o elevador para seguirem para os seus quartos mas a atracção apodera-se deles por um mero contacto físico. Enrolados seguem para o quarto de Portocarrero.
O ambiente aquece, a excitação paira no ar. Após longas horas de sexo, já ao amanhecer, Helena dirige-se ao seu quarto deixando para trás Portocarrero deitado junto a um recado seu.

Cena 6 (piscina do hotel)

Daniela continua a dormir. Helena sem fazer barulho veste o seu biquini e dirige-se para a piscina. Pensa na magnífica noite que teve. Pouco tempo depois Daniela aparece juntando-se a Helena e pede-lhe desculpa pela atitude que teve no dia anterior.
Depois da hora do almoço decidem ir visitar o Castelo de São Jorge e dois bairros populares, Alfama e Mouraria, jantam numa típica casa de fados Lisboeta.
Seguem depois para o bairro alto para se divertirem numa discoteca de onde saem a altas horas da madrugada.
Vão descansar e quando acordam marcam o programa para os próximos dois dias.
Passam o dia na piscina do Hotel onde jantam e vão descansar pois o dia seguinte será muito cansativo e atribulado.

Cena 7 (Serra de Sintra)

A paisagem era deslumbrante, o verde, os edifícios antigos, as pessoas, a verdadeira paisagem romântica. Helena só conseguia pensar em Portocarrero num local tão místico como Sintra. Percorreram a zona baixa da cidade de coche parando na Quinta de Regaleira onde ficaram boquiabertas com a beleza tanto dos jardins como do edifício em si. Seguiram-se as visitas aos palácios da Pena e de Seteais, onde ficaram seduzidas com a grandiosidade dos mesmos e, onde um guia do palácio de seteais lhes contou a lenda de Seteais.
Por entre todos os encantos, não deixaram de ir experimentar as famosas queijadas e os travesseiros de Sintra.
Já de noite, de volta a Lisboa, quando chegam ao hotel e entram no quarto, Helena depara-se com um fantástico ramo de rosas vermelhas em cima da sua cama, mas o cansaço era tanto que nem reparou no cartão que este trazia.

Cena 8 (Alentejo, Évora)

No dia seguinte quando acordou, Daniela reparou no cartão que o ramo de Helena trazia e decidiu ver de quem era e o que dizia.
“Obrigado pela fantástica noite que passámos juntos” leu Daniela no cartão ficando chocada e ao mesmo tempo indignada.
Quando Helena sai do banho olha para as suas flores e lê o cartão que as acompanham. Daniela questiona a amiga sobre a identidade do admirador.
Terminou aí o assunto e ambas se dirigiram para o autocarro que as levaria para a cidade de Évora onde passaram o dia entre as muralhas e o templo de Diana.

Cena 9 (Lisboa)

De volta a Lisboa começaram a pensar que a sua estadia em Portugal estava quase no final.
Nessa noite, Helena resolve ir ao bar do hotel para ver se encontra Portocarrero. Queria-se despedir. Daniela desconfiada segue-a para ver se descobre quem é o Português.
Ao chegar ao bar, Helena depara-se com a figura elegante e charmosa de Portocarrero e dirige-se a ele sem saber que Daniela a observa escondida.
Helena agradece as flores e sente-se lisonjeada pela forma carinhosa como Portocarrero a trata.
Daniela ao ver aquela situação não se consegue conter e vai para o quarto a chorar.
Helena diz a Portocarrero que a sua estadia em Portugal está a terminar e como forma de despedida dirigem-se para o quarto dele.

Cena 10 (Viagem pela Europa)

Após Portugal o primeiro ponto de paragem foi Espanha. Visitaram Madrid, Barcelona e Bilbau, onde se deliciaram com as magnificas tapas, numa semana bastante enérgica. Helena não conseguia deixar de pensar em Portocarrero.
A Semana seguinte foi passada em Itália. Helena apaixonou-se pelas cidades italianas principalmente por Florença, Veneza e Roma.
Dirigiram-se para a Bélgica. Visitaram a imponente cidade de Bruxelas. Apaixonaram-se pela cidade de Brugges que lhes pareceu saída de um filme da Disney. Terminou assim mais uma semana.
Seguiu-se a Holanda onde ficaram deslumbradas com a quantidade e a beleza das flores e foram visitar os famosos coffe shops.
Dois dias depois viajaram até à Alemanha onde se impressionaram com o campo de concentração de Dacau seguindo depois para a cidade do romance: Paris.

Cena 11 (Paris)

Tinha passado um mês e meio desde o inicio da viagem e só agora é que Helena tem a certeza do que lhe está a acontecer. Sentadas numa mesa de um restaurante em Paris, Helena decide contar o segredo que tem guardado durante toda a viagem.
Helena conta a Daniela a sua paixão arrebatadora por Portocarrero e diz-lhe que se envolveram.
Daniela fica triste por ter confirmado a sua desconfiança e, devastada, confessa-lhe o amor que sente há já muito tempo e que nunca teve coragem de confessar com medo da reacção da amiga.
Helena, apesar de surpreendida, esconde o espanto e afirma que já tinha percebido que os sentimentos da amiga eram diferentes, mas que isso nunca a intimidou, pelo contrário… sentia-se mais segura ao lado de Daniela.
Acharam por bem deixar o assunto por aí e Daniela apercebe-se que os olhos de Helena subitamente ficaram cheios de água. Questiona-a para saber o que se passa.
Helena precisava de desabafar, tinha chegado a altura de contar aquilo que mais a atormentava; mas precisava de um ombro amigo para ter a certeza e Daniela estava lá, como sempre, e, embora agora a soubesse apaixonada e ciumenta, sempre fora a sua melhor amiga.
Saem do restaurante e caminhando pelas ruas de Paris encontram uma farmácia aberta. Helena necessita mesmo de entrar…
Decidiram descansar pois o dia não tinha sido dos melhores.
Quando acordaram, tentaram organizar-se para partirem no dia seguinte pois antes de irem para o Brasil necessitavam fazer uma paragem.
Dirigiram-se ao aeroporto para tratarem das passagens.

Cena 12 (Porto)

Depois do avião ter aterrado, apanharam um comboio que terminou a sua viagem na Estação de S. Bento. Encontravam-se no Porto. Dirigiram-se ambas até ao café mais próximo onde perguntaram se alguém sabia onde ficava o escritório do advogado Henrique Praia Portocarrero, mas ninguém lhes sabia responder. Helena lembrou-se então da lista telefónica onde localizou, quase de imediato a morada do local.
Apanharam um táxi até ao destino. Entraram e foram atendidas pela secretária de Portocarrero, que o informou da presença de duas jovens que gostariam de lhe falar.
Helena entrou e Daniela aguardou cá fora. Pouco tempo depois, Helena saiu e informou Daniela que se encontrariam logo à noite depois de jantar no Bonaparte para conversar.

Cena 13 (Bonaparte)

Helena estava nervosa enquanto a hora se aproximava. Daniela desejou-lhe boa sorte e ficou à sua espera no hotel.
Quando Helena chega ao Bonaparte já Portocarrero a aguarda. Senta-se na sua mesa e coloca-o a par da situação. Helena esperava um filho de Portocarrero, este ficou chocado. Não sabia o que pensar…
Após algum tempo, em silêncio, Portocarrero não conseguiu evitar e pede-lhe para fazer um aborto. Helena espantada, diz-lhe que foi a ultima coisa em que tinha pensado.
Surpreendida e ofendida abandona o local.

Cena 14 (Brasil)

Apanharam logo o avião na manha seguinte e seguiram para o Brasil, mas Helena envia uma carta para o escritório de Portocarrero a dizer que ia regressar a casa e que iria fazer o aborto tal como este lhe tinha pedido.

Cena 15 (Brasil)

Acabaram as férias e Helena regressa ao trabalho. Num dia de Verão, ao meio da tarde, Daniela liga para Helena, que atende no banco. Daniela sabe que Portocarrero se dirige para o Brasil e convida Helena para ficar em sua casa. Helena aceita o convite intrigada. Helena no final do trabalho dirige-se para casa de Daniela entrando com a sua chave.

Cena 16 (Brasil)

Daniela vai buscar Portocarrero ao aeroporto e no caminho até casa este confia-lhe a sua paixão arrebatadora por helena e mostra-se arrependido por lhe ter dito para ela abortar. Chegam a casa e deparam-se que helena está a dormir. Entraram devagar para não a acordar logo, e so então viram o sangue que, como nos mapas antigos, desenhara o leito de um rio, um rio vermelho que nascia junto do pescoço de Helena e que fora correndo até ao tapete castanho onde formara uma espécie de lago, uma mancha que alastrara quase ate aos seus pés, como se os esperasse naquele lugar, exactamente naquele lugar.Daniela e Portocarrero cruzam o olhar apáticos sem saber o que pensar ou dizer. Naquele momento aperceberam-se que tinham perdido o único ponto em comum. Ambos perderam o amor da sua vida.